domingo, 8 de novembro de 2009

ROCK AND ROLL, UM CINQUENTÃO BEM VIVIDO!

As origens do Rock and Roll, o frenético ritmo da juventude, se perde no tempo, no espaço e em conjecturas aceitáveis ou não. Alguns pesquisadores e entendidos de música garantem que o Rock’n Roll já passa da casa dos 50 anos de idade. Com certeza, é um cinquentão muito bem vivido. Mas, de onde vem? De onde se originou? Quais as suas influências? Como nasceu o ritmo onde as pedras rolam e que a juventude do mundo inteiro adotou como hino desde o século passado? Qual a primeira música a ser “batizada” como Rock and Roll? Calma! As respostas podem não ser conclusivas ou definitivas. De verdade mesmo, elas refletem um conjunto de resultados obtidos em diversas fontes de pesquisa sobre o nascimento do Rock. Esse anacronismo é o grande e envolvente mistério a ser decifrado.
As pedras começaram a rolar no começo dos anos 50, no século passado, e refletiu, dizem os especialistas, a rebeldia de uma geração de jovens sobreviventes do desastre econômico que se abateu sobre os Estados Unidos, o “crack” da Bolsa, quinze ou vinte anos antes. Fábricas fechadas, lavouras dizimadas, comerciantes e investidores falidos e uma multidão de desempregados vagando pelas ruas das grandes cidades americanas, em busca de ajuda governamental. Os que nasceram nesse período caótico cresceram em meio a dificuldades, dores e privações. Um sombrio futuro.
A escandalosa e inquieta “juventude transviada” dos anos 50 quebrava todos os paradigmas e padrões comportamentais da sociedade cristã norte-americana. Era preciso extravasar todo aquele sentimento reprimido, contido, durante tanto tempo. Pois bem, o comportamento excêntrico e, até certo ponto, perigoso dessa juventude transviada era embalado por uma estranha música que atuava como um autêntico estimulante para tanta rebeldia: o Rock and Roll. Desse caldeirão em ebulição surgia o primeiro ídolo dos jovens americanos, cujo nome será sempre lembrado como uma espécie de ícone da rebeldia: James Dean, o galã e astro principal do filme “Juventude Transviada” que retratava o estilo de vida do próprio protagonista. Imagine a vida de um garoto bonitão, topete na testa, fútil e vagabundo, que vivia cercado de mulheres, pilotando um possante Porshe, o qual dirigia irresponsavelmente, geralmente bêbado, em “pegas” de rua, disputados com outros rapazes, em troco de fortes emoções diante da iminente presença da morte. Realmente, o rebelde e transviado James Dean morreu jovem, vítima da imprudência ao dirigir. Mas voltemos à discussão sobre a tese do surgimento do Rock, cujo ritmo é uma fusão de várias influências musicais norte-americanas. O Rock é, na verdade, o resultado de uma grande mistura de ritmos e tendências musicais. A Folk music, a Country Music e a chamada Western Music deram aquele “molho” rural, aquela “toada” ao novo ritmo. O Blues - derivado do Spiritual, música gospel cantada até hoje nas igrejas do Harlem - e o Jazz, ritmo e estilo também nascido dos negros, são considerados a matriz do Rock e exerceram uma forte influência na nova música. Até mesmo o Calípso - ritmo caribenho - entrou na dança, servindo de base para as adocicadas e românticas baladas que consagraram o jovem Neil Sedaka. O Rock’n Roll foi rotulado como a nova música dos negros americanos, uma música étnica, incorporada aos padrões de segregação cultural da época. Estudiosos e pesquisadores garantem que o Rock se originou diretamente de outro estilo musical característico do negro americano, o Rhythm and Blues. Aliás, essa é a tese consagrada nos meios acadêmicos. Para a maioria, a aceleração dos compassos do Rhythm and Blues deu origem ao primitivo Rock’n Roll. Muitos creditam a primazia do Rock a um guitarrista de nome Charles Edward Berry, mais conhecido como Chuck Berry, que impressionara um dos papas do Jazz, Muddy Waters, com sua guitarra. Contratado, por indicação de Muddy, pela gravadora Chess Records, Berry gravou, em 1952, Maybellene, uma frenética canção que misturava Blues, Rhythm & Blues e Country Music. Isso era Rock’n Roll! E era muito interessante ver os meninas e meninos brancos dançando ao som de uma música considerada negra. Um escândalo!
Mas, um outro registro nos mostra que um pouco antes, em 1951, um grupo musical de nome Bill Halley And His Comets, fazia relativo sucesso com Rock This Joint, uma mistura de Country, Western e Rhythm & Blues. Êpa! Isso era Rock! No entanto, em 1954, surgia o que pode ser considerado o primeiro grande sucesso do Rock: a música Rock Around The Clock, gravada por Bill Halley, que explodiu no mundo inteiro, tema do filme Blackboard Jungle. Estava lançado mundialmente o maior fenômeno musical de todos os tempos. O ritmo que mudou os padrões comportamentais da juventude: o Rock and Roll. Nascido da fusão da música negra com várias vertentes da cultura norte-americana, o Rock se tornou universal, adotando como pátria os mais diversos cantos do mundo onde é cultuado. Um verso da nossa MPB diz: “quem não gosta de Samba, bom sujeito não é...” E quem não gosta de Rock, o que é?

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